Seg - Testemunha é ameaçada

Associada do Flamengo que denunciou funcionário do clube por pedofilia diz que foi intimidada

Rio - A associada do Flamengo que denunciou um alto funcionário do clube por pedofilia está sendo ameaçada e vai pedir garantias de vida à Justiça. Ela contou que foi procurada na sua loja, vizinha ao clube, por dois homens que chegaram em duas motos com as placas dobradas e, sem encontrá-la, disseram a vizinhos do seu local de trabalho:

“A gente vai voltar para pegar ela (sic)”.

Apesar da pressão, ela garante que não vai desistir e fará o que for necessário para levar à Justiça o suposto pedófilo, que sábado foi afastado do cargo pela presidente rubro-negra, Patrícia Amorim, enquanto o caso é investigado.

A sócia do Flamengo contou também ao ‘Ataque’ que recebeu alerta por telefone de um ex-dirigente do clube.

“Não se mete nisso”, disse ele ao telefone, segundo a denunciante.

Esta não é a primeira vez que o funcionário suspeito de praticar pedofilia se envolve em episódio do gênero. Em 1988, ele respondeu a processo criminal por atentado violento ao pudor. O caso aconteceu após o suspeito ter sido preso em flagrante. O processo tramitou na 5ª Vara Criminal e acabou arquivado em janeiro de 2002.

Em depoimento da denunciante na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, ela afirmou que o funcionário ofereceu R$ 100 a um menino de aproximadamente 10 anos e depois acariciou o pênis da criança, perto da sede da Gávea. O garoto integraria uma escolinha do Flamengo através de uma ONG que tem parceria com o clube.

A diretoria rubro-negra cogitou demitir o funcionário, mas, temendo processo dele contra o clube caso nada seja provado, optou pelo afastamento. Com dívida de R$ 400 milhões, seria mais um problema financeiro para o Flamengo, se tivesse de pagar pesada indenização. A demissão também seria dificultada pelo fato de ele integrar a diretoria do Sindicato dos Empregados de Clubes do Rio.

A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima ouvirá o depoimento de um diretor do Flamengo, quarta-feira, como testemunha.

Fonte> O Dia