Sáb - Um Império rubro-negro em Auburn
10/04/2010 21:52Rio - Na pacata cidade de Auburn, nos Estados Unidos, há vida rubro-negra. E em dose tripla. Recém-contratados pelo Flamengo, o campeão olímpico e mundial Cesar Cielo e os companheiros Henrique Barbosa e Nicholas Santos se dedicam, dentro da piscina, a baixar seus tempos e, fora dela, a manter arrumada uma casa de três quartos que dividem.
“Cada um respeita o espaço do outro, mas com três homens morando juntos, às vezes, fica um pouco bagunçado. A gente tenta controlar, mas minha mãe chegou aqui e ficou até um pouco assustada, porque viu tudo arrumadinho”, conta Cielo, curtindo a companhia de brasileiros após morar com estrangeiros no ano passado.
Como nem sempre Flávia, a mãe de Cielo, está por perto, o trio tem que encarar o fogão.
“Todo mundo cozinha, mas não tem nenhum mestre cuca aqui, não”, diz Henrique, aos risos. “Lembro que o Cesar fez um peixe muito bom uma vez, o Nicholas fez um frango com aspargos delicioso e eu já fiz um estrogonofe bom”, enumera.
A vida na casa em Auburn também já rendeu histórias inusitadas ao trio. Como a de um rato que ‘assombrava’ o local. “O Cesar começou a escutar barulhos à noite, dizer que a casa era mal assombrada e que um saco plástico se mexia. Até que um dia vi um ratinho tentando abrir a tampa de um mix de passas e castanhas que eu tinha comprado”, conta Nicholas, lembrando que os amigos acabaram recorrendo a um veneno para eliminar o ‘intruso’.
Para passar o tempo, os nadadores recorrem ao videogame, a filmes e até ao violão, no caso de Henrique. “Todos chegam cansados em casa, bem doloridos. Então, tem que fazer tudo que não tome muita energia. Se for para ficar sentado, melhor: videogame, computador, tevê”, explica Cielo.
Dos três, Henrique é quem mais gosta de futebol, uma paixão para qualquer rubro-negro. “Sou o único ligado mesmo no esporte. Sempre ia com meu pai aos jogos do Cruzeiro, gosto de acompanhar o Brasileiro e a Libertadores”, conta o mineiro, que já havia nadado pelo Flamengo. “Lembro que, quando cheguei ao clube, aos 14 anos, a Patrícia era diretora e me levou ao supermercado para fazer compras”, recorda, referindo-se à presidente Patrícia Amorim.
Já Cielo, que torce para o União Barbarense, de Santa Bárbara D’Oeste, sua cidade natal, sempre admitiu não ser muito fã de futebol. Mas garante que, como bom rubro-negro, a história será diferente.
“Vou ter que acompanhar de qualquer jeito. Acho bacana estar envolvido. É a primeira vez que estou num clube com essa torcida e quero estar o mais ligado possível”, avisa Cielo.
Nicholas também já defendeu o Flamengo e já assistiu a jogos no Maracanã. Juntos, os três já planejam uma ida ao estádio. “Quando estivermos no Rio e tiver um jogo bom, vamos dar um toque para a Patrícia para irmos”, anuncia Cielo.
A confiança em Patrícia Amorim, uma ex-nadadora, foi fundamental para o trio fechar com o Flamengo. “Ela disse que com ela no comando não teria problemas de atraso de salários”, conta Nicholas, que recentemente passou a integrar a equipe do Exército e agora tem o privilégio de treinar com o melhor do mundo nas provas de velocidade.
“O Cesar tem um talento incrível e, em um treino, não há pessoa melhor para você se comparar do que ele”.
Em maio, o trio vem ao Brasil para o Troféu Maria Lenk, em Santos, e Cesar e seus companheiros esperam dar uma passadinha na Gávea em algum momento. Para a torcida rubro-negra, que já tem o Império do Amor nos gramados, o sonho agora é de um Império nas piscinas.
Fonte> O Dia Online
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