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Sáb - Patrícia Amorim, a UPP do Flamengo

27/03/2010 17:51

Se Governo do Rio tem as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) para tentar resolver a criminalidade em algumas favelas cariocas, o Flamengo também tem uma responsável por pacificar os problemas - que não são poucos - dentro do clube de maior torcida do país. A presidente Patrícia Amorim já pode ser considerada a UPP (Unidade Patrícia Pacificadora ) rubro-negra. A dirigente assumiu o clube há menos de três meses, com uma assustadora dívida de cerca de R$ 400 milhões, mas sem o maior problema para um clube da grandeza do Flamengo: o jejum de títulos.

O hexa brasileiro e o tri carioca dariam a Patrícia, em seu início de gestão, a tranquilidade necessária para tentar arrumar a casa sem tem de se preocupar além do necessário com o futebol. Mas a paz não durou um mês. Primeiro foi Petkovic, que se insurgiu contra o vice de futebol Marcos Braz e acabou criando uma crise no departamento de futebol. Depois, denúncias de pedofilia envolvendo um alto funcionário do clube - afastado de imediato pela diretoria -, barraco de Adriano com a noiva na favela, afastamento do Imperador por problemas com álcool, declarações polêmicas do goleiro Bruno, relações perigosas do Império do Amor com traficantes... foi preciso retomar o fôlego de nadadora de ponta para resolver tantos pepinos.

- Ele tem uma tranquilidade que impressiona. O caso do Adriano, por exemplo, explodiu na sexta-feira à noite e ela só falou a respeito na segunda. Disseram que a Patrícia estava sendo omissa, mas ela foi responsável, isso sim. Preferiu ouvir todas as partes antes de falar qualquer coisa - defendeu Bernando Monteiro, ex-vice de esportes olímpicos do clube, amigo de Patrícia há 17 anos e atual assessor de imprensa da presidência.

Vereadora há três mandatos, a rotina de Patrícia Amorim também mudou na Câmara, onde fica de terça a quinta, sempre à tarde.

- Ninguém falava de futebol com ela até o ano passado. Agora, o que tem de gente querendo autógrafo e dando palpites... o Stephan Nercessian, que é botafoguense doente, e o Carlo Caiado, tricolor roxo, não deixam de despachar com ele - brinca Remo Costa Moreira, chefe de gabinete, citando dois colegas vereadores.

Mãe de Vítor (13), dos gêmeos Daniel e Ricardo (8) e Léo (3), Patrícia mantém rotina de atleta para exercer o cargo legislativo, comandar o Rubro-negro e se dedicar à família. Nos fins de semana, à exceção da hora do jogo de futebol, a prioridade são as crianças. No roteiro, cinema, restaurantes ou competições da garotada. O mais velho joga futebol, pólo aquático e hóquei sobre patins; os gêmeos, futsal; e o caçula já dá as primeiras braçadas na piscina.

A secretária de gabinete, Raquel Abreu, escudeira há 19 anos, diz que a presidência do Flamengo, apesar dos muitos problemas e da exposição excessiva, fez bem a Patrícia em todos os sentidos.

- Ela está mais feliz, mais bonita, mais disposta. É a realização de um sonho. Havia tempo que ela não colocava um vestido ou uma blusinha sem manga. Agora, anda sempre com um estojinho de maquiagem para não ser pega desprevenida pelas câmeras - conta Raquel, que ainda tem uma prancha alisadora no armário para qualquer escova emergencial.

No futebol, Patrícia teve coragem de manter tudo sob o comando de Marcos Braz, integrante de outro grupo político dentro do clube, e que até agora não teve um único motivo de queixa.

- Se eu fizer uma reclamação, serei leviano. Tivemos vários problemas extra-campo e ela sempre esteve presente. Ela soube ouvir, nunca foi arrogante ou tentou passar por cima de ninguém por ser presidente. E me apoiou em todas as decisões - frisa Braz.

Fonte>Jogo Extra

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