Patrícia Amorim esquece Braz e Andrade e coloca Flamengo acima de tudo

Ainda no Pacaembu, sentada na primeira poltrona do ônibus, Patrícia Amorim transparecia tranquilidade, com a sensação de dever cumprido. Logo após a classificação do Flamengo para as quartas de final da Libertadores, a presidenta do clube rubro-negro olhava fixamente para algum lugar no qual o filme da derrota vitoriosa para o Corinthians provavelmente passava.

Brinco e pergunto se a vitória de César Cielo na final dos 50m livre do Troféu Maria Lenk fora mais fácil do que a vaga para a próxima fase da competição continental. "Com certeza, o Cielo", respondeu Patrícia, que desceu do ônibus para falar com a reportagem do ESPN.com.br.

O que foi mais fácil: a vitória de Cielo ou a classificação na Libertadores?

Cielo foi mais fácil: ele já saiu na frente. Aqui, a gente ficou atrás e teve que correr atrás do prejuízo. Cielo me deu um pouco mais de segurança, e também a prova durou 21 segundos, foi bem mais rápido, né?.

Nos vestiários, o goleiro Bruno disse que a classificação tinha a marca também de Marcos Braz (ex-vice de futebol) e Andrade (ex-técnico). Você concorda?

A gente não tem mais nomes, personagens, tem o Flamengo, que está acima disso tudo. Todas as pessoas que contribuíram para que o Flamengo chegasse até aqui têm o seu mérito, o seu espaço, seu valor, como os que estão agora também tem muito valor. Então, que todos se sintam homenageados e prestigiados com a vitória do Flamengo.

Você assumiu o Flamengo no começo do ano, logo depois do título do Brasileiro. Apesar de alguns momentos de turbulência, o clube parece estar no caminho certo. Ainda há muito a fazer?

Da minha parte, eu cumpro todos os compromissos que assumo. Em quatro meses, paguei sete salários, o clube está mais limpo, mais conservado, começamos as obras estruturais, investimos inclusive em modalidades olímpicas. A única coisa que eu espero das pessoas é que façam a parte delas. Se cada um fizer a sua, o Flamengo consegue avançar mais.

Contando o Cielo, foi então uma segunda vitória sobre o Corinthians (o clube alvinegro quase contratou o recordista mundial dos 50 e 100m livre, mas o nadador acertou com o rubro-negro)?

Foi. Foi tudo muito difícil. Por acaso aconteceu de serem duas situações com as mesmas instituições envolvidas, mas nada direcionado. O Corinthians é um clube que merece todo o nosso respeito, é uma equipe à altura do Flamengo, mas a gente teve a grandeza de jogar com a vantagem, de saber administrá-la. Também acho que se não tivesse chovido tanto no primeiro jogo, o Flamengo poderia ter tido uma vantagem maior. Além disso, tinha 60 mil pessoas no estádio, e 10 mil não conseguiram entrar. Esportes, resultados de competição, vale o resultado, e era um resultado que esperavamos há 17 anos (a última vez em que o Flamengo chegou às quartas de final da Libertadores.

Fonte> ESPN