Natação: Cielo comenta fim da era dos supermaiôs na natação e aposta que tempos não ficarão tão distantes
08/05/2010 15:15RIO - A era dos supermaiôs acabou. E os nadadores brasileiros acreditam que os tempos conseguidos com os trajes tecnológicos não serão tão distantes dos tempos de hoje, em que os homens nadam com bermudas. Mas, citam o Pan-Pacífico, na Califórnia, de 18 a 22 de agosto, como o torneio que deverá servir de base para a comparação.
- Não sinto diferença com a bermuda. A sensibilidade continua a mesma - explica Cielo - Meus tempos estão parecidos com os do ano passado. Não sei como será quando estiver polido e raspado.
Cielo não gostava de colocar o maiô. Demorava cerca de 30 minutos, tinha de contar com a ajuda de alguém e precisava usar um plástico nos pés para o maiô escorregar.
- Teremos alguns centésimos de diferença mas será bem menor do que estamos esperando - acredita ele, que na prova dos 100 metros, livre, nadou "algumas vezes para 48 segundos no ano passado".
- Agora, batemos na borda da piscina mais cansados. Está menos fácil. A pergunta é: quanto tenho de treinar para fazer os tempos do ano passado? Ele acha que a hora que "o primeiro quebrar esta barreira (psicológica), os outros vêm atrás". - 2010 é um ano off, sem uma grande competição. Teremos de esperar o Pan-Pacífico para comparação.
Cielo acredita que o tempo do russo Alexander Popov nos 50 m livre (21s64) será batido ainda este ano. Em 2000, a marca de Popov era o recorde mundial. Permaneceu até 2008. Nesta época, em 2007, Cielo nadou em 21s84, sem o supermaiô. No Troféu Maria Lenk, na quarta-feira, Cielo fez 21s80.
Para Tatiana Barbosa, do Pinheiros, campeã dos 200 metros e dos 100 metros, livre, no Troféu Maria Lenk, os supermaiôs não impedirão que os nadadores voltem a quebrar recordes.
- Sempre achamos uma forma para nadar rápido - opina Tatiana, para quem "os nadadores medíocres chegavam mais perto dos nadadores técnicos" por causa do ganho de flutuabilidade.
Kaio Márcio, do Fluminense, também aposta no Pan-Pacífico como parâmetro.
- Vamos ter de adaptar os músculos! Mas acho que para comprar melhor, teremos de esperar o Pan-Pacífico.
Na mesma linha, Henrique Barbosa, do Flamengo, fala em reforço na musculação.
- O supermaiô está fazendo falta. Pode até ser psicológico. Mas, sinto que para o nado peito ajudava a manter o corpo rente a água. Trabalhermos mais o abdome.
Poliana Okimoto explica que nas provas longas eles não devem fazer falta.
- O supermaiô ajudava a proteger nas maratonas aquáticas, por causa da temperatura baixa da água e das águas vivas. Na piscina acho que não me atrapalhará. Fiz meu melhor tempo nos 800 metros agora, no Maria Lenk (8m36s59). Mas confesso que penso: "e se eu estivesse com o maiô?"
Fonte> O Globo Online
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