Marcos Braz diz que entende demissão mas nega 'falta de comando'
26/04/2010 15:15Rio - Ex-vice presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz deu entrevista coletiva nesta segunda-feira, numa churrascaria da Barra da Tijuca, e não adotou um discurso cheio de ofensas e críticas, como era esperado. No entanto, o ex-dirigente negou que 'faltasse comando' ao departamento de futebol
Confira alguns pontos da entrevista:
SAÍDA DO CARGO
"Quero deixar bem claro que entendo perfeitamente a troca de comando no departamento de futebol. É legítimo, a Patrícia Amorim ganhou a eleição com um grupo político. É mais do que normal que eles queiram administrar o futebol, que é o carro-chefe do Flamengo. Não tem mágoa, ressentimento. É tudo normal. Estou no Flamengo desde os dez anos e todas as trocas foram por motivos políticos."
ARREPENDIMENTO
"A palavra privilégio, porque transportei uma pressão a mais para o Adriano e o Vagner Love. (Se pudesse) eu seria politicamente correto, falaria concessão ou algo do tipo. De resto não tinha muito o que fazer".
PESO DO CARGO E RELAÇÃO COM ANDRADE
" (Tivemos) um percentual altíssimo de índice técnico. Campeão brasileiro. Entramos juntos e saímos juntos. Acho que ela confundiu um pouco a relação do vice de futebol Marcos Braz e do técnico Andrade. Saio com a sensação de dever cumprido e com o curso de sobrevivência na selva concluído. Estou com menos duas toneladas nas costas. Só quem sentou nessa cadeira sabe o que é isso".
LIBERTADORES
"Na parte esportiva disputamos o Campeonato Brasileiro e fomos campeões. E como consequência disso chegamos à Libertadores. No Estadual chegamos em segundo. O maior time da história do Flamengo em 1981 também teve dificuldades na Libertadores. O Flamengo avançou em um jogo extra contra o Atlético-MG. Para quem entende um pouco de futebol... a Libertadores era dura e continua sendo dura."
AVALIAÇÃO DO MANDATO
"Nas contratações do Álvaro, Maldonado, Michael, Gil, Ramon e Vagner Love tive um percentual de acerto bem acima da média, ainda mais sem dinheiro. Nas renovações, para cumprir o orçamento, eu tive um desgaste com quem eu não queria ter Com o Andrade, técnico campeão brasileiro, com o Angelim, campeão da Copa do Brasil, tri carioca e Brasileiro. O aproveitamento é superior a 70%, um dos maiores da história do Flamengo. Isso são números, estatísticas. A avaliação não pode ser feita em cima de uma frase em que eu poderia ter economizado. Mas eu deveria ter adotado um tom politicamente correto."
DESPEDIDA E TÉCNICO
"Flamengo vai avançar. Estamos no caminho certo. O Rogério está lá hoje. Ficou muito tempo nas divisões de base, e eu o trouxe. Agora está aí, efetivado. Se não tivermos movimento muito brusco em relação ao que está lá, vamos avançar. Todo mundo chorou. Mas os jogadores são experientes, na maioria deles. Love, Adriano, Michael... todos ficaram chateados, mas acredito que o Flamengo será campeão da Libertadores. O bom seria efetivar logo o Rogério e dar respaldo. Quem vier encontrará um grupo bom, vencedor e com total condição de continuar vencendo. A chave da Libertadores não é ruim. Se passar do Corinthians não segura mais. Vou ser campeão como torcedor".
PATRÍCIA AMORIM
"Estou sempre à disposição do Flamengo. Mas não vou falar em voltar (a trabalhar com Patrícia Amorim), logo depois de sair. Encerrei um ciclo. Ela tem o ponto de vista dela. Não teve falta de comando. Existia uma pressão muito grande para que houvesse modificação, e pegaram uma janela para que isso ocorresse. Ela fez o que podia para me segurar no cargo".
DESAVENÇAS
"A parte de assessoria estava um pouco desguarnecida. Trabalhar sozinho ali é difícil. Essa pessoa tem nome e sobrenome (refere-se ao assessor direto da presidente, Bernardo Monteiro). A pessoa queria me prejudicar."
Fonte> O DIA
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