Dom - Petkovic: 'O pior do Flamengo são seus dirigentes'
28/03/2010 08:59Meia diz que sua permanência na Gávea é difícil
Sentado à mesa em seu escritório, na Barra, de onde comanda seus outros negócios, Petkovic, laptop Macintosh à frente, recebeu a equipe de reportagem do LANCE! para uma entrevista exclusiva. Com sinceridade impressionante, falou abertamente sobre tudo. Da polêmica suspensão imposta por Marcos Braz, vice de futebol, aos recentes episódios com Adriano e Vagner Love, passando pelo orgulho de ser rubro-negro, Pet admitiu estar desconfortável no clube e decepcionado. O sérvio revelou que encerrará a carreira no fim de 2011 e que a vontade de permanecer no clube não é mais a mesma.
CARLOS MONTEIRO: Em recente entrevista, Andrade comentou que você está menos participativo e que não teria motivo para estar magoado. Você mudou mesmo?
PET: Fiquei decepcionado, mas mágoa não guardo. Quando se trata de mim, as pessoas preferem levar tudo à imprensa do que falar comigo. Se o Andrade tinha algo para me dizer, teria de falar comigo e não com a imprensa. Mas isso não aconteceu. Quando dou entrevista não emito opinião sobre as pessoas. Falo do grupo, do clube, que é o que verdadeiramente interessa.
CM: Seu relacionamento com o Andrade mudou, então?
PET: Ano passado, ele conversava muito comigo, mas este ano, nada. Não tivemos nenhuma briga. Não entendo o motivo. Não me meto porque vi que não sou mais consultado para nada. Ano passado ele me consultava bastante. Se estou diferente é porque não há mais liberdade. Então me limito a fazer o meu trabalho dentro de campo. É uma coisa lógica: se dou abertura, a pessoa vem falar comigo e, se a pessoa me dá abertura, vou falar com ela.
ERICH ONIDA: Há jogador que se incomoda com o banco e com ser substituído. Como você se enquadra nessa questão?
PET: Já sentei no banco, entrei, fiz gol, sentei de novo. É normal. Mas por que sou o único que senta no banco? Por que sou o único a ser substituído sempre? Vocês lembram qual foi a última vez que joguei os 90 minutos? Foi contra o São Paulo, no ano passado. Não sei porque acontece isso. Sou substituído sempre, até quando arrebento com o jogo. Estou contando os fatos. Não bato boca, não brigo com ninguém.
EO: Você acha, então, que por sua condição técnica não deveria ser tratado dessa maneira?
PET: Prefiro nem pensar nisso para não ficar sem dormir. Impossível ser eleito o melhor jogador do Brasileiro do ano passado, pelo LANCE! e outros veículos, e sempre ser substituído. Todos têm o direito de jogar mal, se machucar, sair, voltar. Isso é normal. Quando estou mal fisicamente sou o primeiro a falar que não dá para aguentar o jogo inteiro e sento no banco normalmente. Foi isso que aconteceu no início do ano. Nunca briguei com técnico. Teve jogadores que discutiram e continuam jogando.
Fonte> Lancenet
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