Corintianos no Rio e flamenguistas em São Paulo: distância que não inibe paixão
28/04/2010 15:10Fla Sampa promove o encontro de rubro-negros na capital paulista. Na Cidade Maravilhosa, torcedores se reúnem para ver o Timão em ação
Eles estão fisicamente longe do clube do coração. Mas transformam a cidade do rival em um pedacinho da própria torcida. Flamenguistas que vivem em São Paulo têm seu próprio refúgio. Corintianos que moram no Rio também se encontram para partilhar a paixão pelo time. Nesta quarta-feira, Flamengo e Corinthians fazem o primeiro duelo das oitavas de final da Libertadores, às 21h50, com promessa de Maracanã cheio. A volta será na semana seguinte, no Pacaembu. E nestes dias, os dois grupos de torcedores poderão sentir como é estar tão perto do alvo de todo este amor.
A casa de João Spinola, membro de uma torcida do Corinthians no Rio de Janeiro, está lotada para o primeiro duelo. Ele e os amigos que moram no Rio estão ansiosos para ver o desempenho do Timão no Maracanã. E também aproveitam para abrigar outros integrantes do "bando de loucos" que rumaram para a Cidade Maravilhosa só para esta partida. A corrida atrás de ingressos para os alvinegros é grande.
- Como a cota de ingressos é pequena, a gente está correndo atrás disso. Só mandaram dois mil ingressos para São Paulo. Teve muita gente que já veio para o jogo de domingo, contra o Botafogo, ficou direto e está ajudando nisso. Só na minha casa tem uns 15 amigos paulistas - explicou Spinola.
Os corintianos do Rio não são uma torcida organizada. São uma família e evitam levar bandeiras e faixas em jogos de muito público como este. No duelo da próxima semana, a expectativa é de que até 200 pessoas estejam no bar que o grupo costuma se reunir para torcer pelo Timão.
- Na final da Copa do Brasil, juntamos cerca de 100 pessoas no bar. Mas por ser ano de centenário e Libertadores, acho que o apelo é maior. Apesar de não ter o gosto de estar em São Paulo, morar no Rio tem a graça de estar mais perto do rival. No dia seguinte, se o time ganhar, tiramos mais onda. Mas se perder, faltamos ao trabalho (risos). Torcer pelo Corinthians é sempre a mesma loucura, seja no Rio, em São Paulo ou no Japão - ressaltou Spinola.
Também "desorganizada" como se intitula, a Fla Sampa está a mil para o primeiro duelo das oitavas, no Rio. Os flamenguistas que moram na capital paulista se encontram para os jogos desde 2004. O grupo, que começou com três pessoas, já chegou a reunir 2.500 no último jogo do Brasileiro de 2009, quando o Flamengo venceu o Grêmio por 2 a 1 e ficou com a taça. A festa tem endereço certo: um bar na Vila Clementino. Rodrigo Fortuna, presidente da Fla Sampa, que já se tornou embaixada oficial do clube carioca, garante que o local vai estar cheio nesta quarta. Mas um pouco desfalcado: afinal, uma excursão partirá para o Maracanã.
- Para o primeiro jogo serão mais de 100 pessoas, seguindo de carro, ônibus e avião. A dificuldade na compra dos ingressos tem sido uma constante na vida dos flamenguistas e da maioria dos torcedores de qualquer outro time. Neste ponto, não há respeito com o cidadão - lamenta o administrador.
Fortuna conta que a Fla Sampa não é apenas para rubro-negros que moram em São Paulo. Paulistas e torcedores nascidos em outras cidades do Brasil completam o grupo. E é bastante comum aparecerem pessoas que estão de passagem na terra da garoa e procuram um lugar para acompanhar as partidas do time carioca. Se hoje estão em um bar que passa todos os jogos do Fla, antes os torcedores dividam espaço com torcedores de rúgbi.
- No início, como nos encontrávamos em um pub Irlandês, era comum termos que esperar os jogos de rúgbi terminarem para assistirmos aos do Mengão (risos). Recebemos torcedores de todo o país e do mundo. Além daqueles que residem em São Paulo, temos um grande público flutuante durante as transmissões dos jogos. É gente vinda de todos os cantos a trabalho e que encontra na Fla Sampa um cantinho rubro-negro - acrescentou Fortuna.
Fonte> Globoesporte
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